4. Trasímaco
Trasímaco
Trasímaco viveu no século V a.C. As datas exatas de seu nascimento
e morte não são conhecidas, mas ele é normalmente situado na era da democracia
ateniense clássica, que ocorreu durante a segunda metade do século V a.C. Esta
foi uma época de intensa atividade filosófica e intelectual, com figuras como
Sócrates, Platão, e os sofistas influenciando o pensamento grego.
Trasímaco foi um pensador proeminente da escola sofista na Grécia Antiga. Ao contrário de muitos outros filósofos da época, poucas informações biográficas concretas sobre Trasímaco sobreviveram. Ele nasceu provavelmente em Chalcis, uma colônia de Eretria, mas passou a maior parte de sua vida em Atenas. Trasímaco é conhecido principalmente por sua participação nos diálogos de Platão, especificamente em "A República", onde é um dos principais interlocutores de Sócrates.
A filosofia de Trasímaco é frequentemente resumida em sua famosa afirmação de que "a justiça é do mais forte". Para Trasímaco, a justiça não é uma questão de direitos inerentes ou princípios morais universais. Em vez disso, é determinada por quem detém o poder na sociedade. O poderoso define o que é justo e, assim, a justiça torna-se uma forma de imposição da vontade do mais forte sobre o mais fraco.
Esta visão cínica da justiça representa uma ruptura radical com os pensamentos de filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles, que acreditavam em um senso de justiça inerente ou natural que existia independentemente do poder humano. A visão de Trasímaco, por outro lado, pode ser vista como um precursor do realismo político e do maquiavelismo, que vêem a política e a justiça principalmente em termos de poder e auto-interesse.
No diálogo "A República", Trasímaco também argumenta que é mais vantajoso para um indivíduo ser injusto do que justo, pois aqueles que agem injustamente ganham vantagem sobre aqueles que se atêm à justiça. Para Trasímaco, a justiça é, portanto, uma restrição prejudicial que impede o indivíduo de agir em seu próprio interesse.